OS TRÊS ARTISTAS

A GARRAFA DA TIA LIGUÉRIA

Certo dia, por volta dos anos 50, Horácio Vicente, José Maio e Joaquim Ventura, foram trabalhar à jeira para a povoação de São Joanico, Andavam a reparar o telhado da casa do tio Miranda e tia Liguéria, que numa parte da casa tinha uma pequena taberna.
Normalmente, no trabalho de carpinteiros, um deles ocupava-se de fazer o almoço também para os outros, e à hora do almoço pediam à tia Liguéria uma garrafa de vinho, para os três. A garrafa era sempre a mesma, cheia de surro que se não reconhecia a cor nem se tinha ou não vinho, dado estar tão encrustada quer no interior que no exterior.
Era habitual por aquelas aldeias fronteiriças encontrar os contrabandistas que vendiam entre outras coisas, alperagatas, caçoilos, e garrafas.
Um dia pensaram dar a volta à tia Liguéria e Joaquim Ventura ao aperceber-se que o contrabandista estava na povoação, foi à ribeira com a garrafa e, com água e areia lavou a garrafa, tendo esta ficado cristalina da cor transparente, parecia nova.
Este, à hora do almoço, como era habitual de todos os dias, pediu à tia Liguéria que lhe enchesse a garrafa de vinho.
Esta disse:
- Mas esta garrafa não é a minha!...
- Pois não respondeu Joaquim Ventura! A vossa partiu-se ontem cheia de vinho. E como passou por aqui o Pep “contrabandista” compramos-lhe esta.
- Então quanto vos custou?
- Custou duas coroas!...
Então a tia Liguéria, deu-lhe as duas coroas e a garrafa cheia de vinho.

N.B.- História contada de viva voz por um dos intervenientes, de se nome Horácio Vicente dos três felizmente ainda vivo. Para ele vai o meu abraço.

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