A FESTA DA APANHA DA BATATA




VIVÊNCIAS QUE SE NÃO ESQUECEM
De tenra idade, por ironia do destino, fui preparado para ajudar a minha família, em tempos que já lá vão, 8 de Abril de 1958 abateu-se sobre a família uma tragédia, haviam decorridos ainda poucos meses que Joaquim Ventura e Maria Pegada haviam traçado planos promissores para um futuro melhor para a família e em Novembro de 1957, juntamente com os irmãos Abílio e José Carolino, Joaquim Ventura deixa a sua terra natal Caçarelhos, e rumou a França para não mais voltar. Caíram por terra todos os planos traçados. A família e Caçarelhos, souberam da tragédia já o corpo de Joaquim Ventura havia sido sepultado. Família destroçada, Maria Pegada, “mulher de armas”, quatro filhos o mais velho com nove anos, a mais nova com 11 meses, pegou o leme da casa e transmitiu aos filhos o que era necessário fazer. E desde o estudar, lavrar, semear, cortar ou arrancar lenha para o forno, carregar um carro de lenha, etc. enfim preparou os filhos para a vida! Na altura, 40 ou 50 anos atrás, confesso que não encontrava graça nenhuma, porém hoje, guardo com recordação, saudade e alguma nostalgia o que eu e a minha irmã Maria passamos quando pelo termo do Pedriço, Salgueiras, Malhada do Curmeal, Quadro da Fontázia ou Bincosa e por ali andávamos, cortando roços, escovas ou estevas para que o forno da tia Maria Pegada não parasse de cozer o pão, pois que era o forno a subsistência da família.
Hoje, porém, lembro com saudade, mas com algum orgulho também, transmitir aos meus filhos aquilo que aprendi e que prevejo poder ainda lhe ser útil neste tempo de crise, da qual sempre ouvi falar.
Foram coisas que se aprenderam, e não é fácil esquecer, e com este espírito de alegria que mais uma vez compartilho com todos, principalmente com a geração de 40 e 50, esta actividade quase a desaparecer que é a apanha da batata (pelo menos pelos meios que nos habituamos, arado puxado a vacas, mulas ou burros).
Porém hoje é diferente existem as máquinas que já fazem tudo, e até eu, no meio onde vivo, (meio citadino) com o meu “andarilho” faço e trato da minha horta, tentando ser fiel nas plantações como o costume em Caçarelhos. A azáfama da apanha da batata durante a semana criou alguma expectativa aqui na minha vizinhança, pois que quando comentei “Sábado vou ter um dia de muito trabalho eu e família! Vamos à apanha da batata!” E claro logo bem cedinho, mas não tanto como o habitual em Caçarelhos, lá apareceram os comunitários vizinhos a dar a ajuda e o convívio bem giro como o testemunham no vídeo os dois bergantins (os únicos putos da rua) para os quais o bairro tem um carinho muito especial, pois que tal como na aldeia há poucos nascimentos. E este facto merece destaque. Eis pois a apanha do meu batatal.



Maria da Glória Neto Rodrigues

Acabo de receber a mensagem vinda de familiares da D. Maria da Glória (Caçarelhos) a comunicaro estado de saúde desta nossa amiga e conterrânea. Ao que parece o estado de saúde não é o melhor. Foi internda de Urgência em Bragança. Este blog endereça votos de melhoras, apelando para todos os conterrãneos que a tenham sempre presente nas vossas orações pedindo as melhoras para ela. Para a Gória e sua família um beijinho e muita força e fé em Deus.

Mensagem de:
Viriato Amoedo Rodrigues para ceu_aip, mim, Manuel
mostrar detalhes 16:31 (8 minutos atrás)


Caros amigos e afilhada, a vossa amiga da rua de São José, Caçarelhos, está muito doente. Porque não tem melhorado, levaram-na ás urgências e ficou internada, anteontem, em Bragança. Oxalá melhore, a esperança não se deve perder.
Um a braço .As maiores felicidades para os trés e todos os familiares.
Viriato.