Lembranças do 3.º Convívio das gentes de Caçarelhos


A fotografia que estou a divulgar refere-se creio eu ao 3.º encontro das gentes de Caçarelhos residentes na área da Grande Lisboa. O convívio foi efectuado nas instalações do Grupo Recreativo "Os Canários" na Charneca. É bom recordar 12 anos atrás, e ver aqueles putos que agora já são homens e espero eu serem os timoneiros da continuação destes convívios.

Caçarelhos convive na Quinta da Atalaia

Foi a 22/05/2010, na Quinta da Atalaia, onde os comunistas fazem a festa anual do Avante que decorreu mais um convívio das gentes ligadas a Caçarelhos. Este ano acorreram a este convívio pessoas em número inferior ao ano passado, mas mesmo assim, houve convívio entre os presentes. O almoço, foi-nos servido com todas as mordomias pela comissão organizadora dos dois anos transactos, que, cessa funções, tendo sido eleita nova Comissão para os dois próximos anos. Tendo este Blog sido criado para divulgar Caçarelhos e as suas gentes vou divulgar este vídeo feito precisamente quando o pessoal estava almoçando. Pensando que todos os presentes no convívio integram o referido vídeo e apareçam todas as caras larocas vos peço para carregar na seta e vejam.


An Mirandés:
Fui a 22/05/2010, na Quinta de la Atalaia, adonde ls quemunistas fázen la fiesta anual de l Abante que decorreu mais un cumbíbio de las gientes lhigadas la Caçarelhos. Astanho acorrírun l'este cumbíbio pessonas an númaro anferior al anho passado, mas mesmo assi, houbo cumbíbio antre ls persentes. L'almuorço, fui-mos serbido cun todas las mordomies pula comisson ourganizadora de ls dous anhos trasatos, que, cessa funçones, tenendo sido eileita nuoba Comisson pa ls dous próssimos anhos. Tenendo este Blog sido criado para dibulgar Caçarelhos i las sues gientes bou dibulgar este bídeo feito percisamente quando l pessonal staba almuorçando. Pensando que todos ls persentes ne l cumbíbio antegran l referido bídeo i apareçan todas las caras lharocas bos peço para carregar na seta i beijan.

A VIDA DE UM AGRICULTOR DE CAÇARELHOS






Seja cedo ou tarde, sempre naquela azáfama, lavrar, semear plantar,colher, tratar dos animais, enfim, praticamente 24 horas por dia, sem ter hora certa para refeições, para se deitar ou levantar.
Este blog surgiu, precisamente para dar a conhecer Caçarelhos e suas gentes. É nesse sentido que iremos surpreender aquela gente trabalhadora com estes pequenos gestos de amizade e simpatia.
Hoje daremos destaque a um agricultor e produtor de carne, que de alguma forma contribui para que Caçarelhos seja mais divulgado. Estamos a falar do Sr. Diamantino Neto Alves, que concerteza vai ficar surpreendido com estas fotografias que se juntam.

TESTEMUNHO DA ASSOCIAÇÂO GAITA DE FOLES

"Gaita-de-fole", "Gaita Mirandesa" ou "Gaita Transmontana" - Portugal, Trás-os-Montes



Gaita-de-fole; "Gaita Transmontana" ou "Gaita Mirandesa"
Construção: presumivelmente anterior a 1958. Pertencente a Joaquim Ventura, Caçarelhos, Portugal.
Materiais: ponteiros em freixo e enguelgue, anéis de corno, bordão em madeira de
enguelgue e fole de cabrito.
Tonalidade: aprox. Si / Lá - Digitação: aberta.
Dois tubos sonoros: bordão cilíndrico de palheta simples e ponteiro cónico com palheta dupla.
Esta gaita-de-fole pertenceu ao gaiteiro Joaquim do Nascimento Fernandes Ventura, natural de Caçarelhos/Vimioso, Trás-os-Montes. Trata-se de um exemplar muito interessante, uma vez que tem características comuns com muitos outros instrumentos da região, sobretudo no torneado e ornamentações dos tubos sonoros (muito semelhantes aos instrumentos construídos por Rodrigo Fernandes, outro gaiteiro e artesão transmontano). Possui dois tubos sonoros e um tubo insuflador em madeira de Enguelgue ou Zelha (Acer Monspessulanum) – uma madeira muito usada na construção de gaitas nessa zona, tratando-se de uma espécie de arbusto natural das arribas do Douro, pouco conhecida e com excelentes qualidades musicais.


Detalhes de algumas peças, de cima para baixo: Primeira ou Ombreira (encaixada na buxa), Entremeia, Copa, Ponteira e Assoprete. Note-se a cor escura do Enguelgue envelhecido e os entalhes decorativos, feitos à mão.
Na realidade, esta gaita foi recuperada na oficina da Associação Gaita-de-Foles, pois encontrava-se em relativo mau estado, sendo que o fole e a vestimenta que o cobre já não são os originais, que foram substituídos. Junto com a gaita encontravam-se dois ponteiros: o primeiro, que se presume que tenha sido o original, foi construído em Enguelgue e exibe a mesma decoração que os restantes tubos sonoros, emitindo a tónica de Lá (aproximadamente). E um segundo, feito em madeira de freixo, tratando-se possivelmente de um ponteiro de construção sanabresa ou galega que foi adaptado pelo gaiteiro para afiná-lo de acordo com os padrões locais (o interior do ponteiro e os buracos melódicos mostram sinais de que foram desgastados com uma ferramenta, para aumentar o seu calibre), parecendo estar afinado em Si – a ausência de palhetas originais não permite especular muito mais sobre a real afinação destes ponteiros.


O gaiteiro Joaquim Ventura era também conhecido como “Joaquim de Gibraltar”, em virtude de ter emigrado para essa colónia britânica. Com efeito, foi lá que comprou a sua primeira gaita, por sinal uma Great Highland Bagpipe. Após regressar a Portugal, iniciou-se na aprendizagem da gaita-de-fole transmontana. Não se sabe se esta gaita terá sido construída pelo próprio (uma vez que este possuía um torno onde fazia trabalhos em madeira) ou se a terá adquirido a outro artesão.

Joaquim Ventura faleceu em 1958, quando o seu filho, José Ventura, contava 9 anos de idade. Foi este que encontrou a gaita, quase dez anos depois, a qual permanecera esquecida num resguardo para animais. Esta gaita é ainda hoje tocada pelo neto de Joaquim Ventura, João Ventura, que por vezes é acompanhado por Manuel Vicente (caixa) e Armando Vicente (bombo) - os mesmos percussionistas que outrora acompanharam o seu avô.

Associação Gaita de Foles, 2003 - Direitos Reservados

"A RELÌQUIA"

(Em Português)

“A RELÌQUIA”
Hoje em dia a gaita-de-foles está em voga. Quase desaparecida durante cerca de quarenta anos. Voltou à ribalta, graças a algumas pessoas que apaixonados por este instrumento formaram no princípio de 1999 a AEDGF (Associação para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-Foles). Conheci esta rapaziada amiga em meados de 1998, atraído pelo som das gaitas que tocavam aqui numa escola perto da minha residência. Levado por aquele som mágico desloquei-me seguindo o sentido do som e eis que exclamei, é aqui! Era mesmo! Foi o começo de dar vida a uma relíquia que estivera anos a fio esquecida e abandonada no caixote da ferramenta do carpinteiro, no meio da palha, estrume, e quem sabe lenha para o lume um dia. Felizmente a relíquia falou, como que a dizer tira-me daqui! Realmente foi retirada e seguiu o destino de uma paixão. Foi parar à oficina de restauro! Muito obrigado Paulo Marinho, Victor Félix e Mário Stanislau pela dedicação e carinho com que trataram esta minha preciosidade. Pois a relíquia de que venho falando é precisamente aquela gaita-de-foles que o tio Joaquim Ventura, tantos anos tantas vezes, tocou a gaita para divertir a mocidade de Caçarelhos nos bailaricos nos anos 40 e 50 aos Domingos na Olmêda e em dias festivos. Para aqueles que de perto com ele conviveram e conheceram e também para aqueles que dele ouvem falar, mas que não chegaram a conhecer deixo esta homenagem extensiva também para a Associação da Gaita-de-Foles que de exposição em exposição levam o nome do grande Gaiteiro Joaquim Ventura e o nome de Caçarelhos pelo País e além fronteiras.
Talvez tenha sido esta relíquia que abriu o caminho ao seguidor, não filho de peixe, mas sim “neto de peixe sabe nadar” pois que de tenra idade, quis abraçar as pegadas do gaiteiro avô Joaquim, e que com o crer, persistência e dedicação tem feito e incutido neste jovem, gosto pela gaita, pelas músicas, pela cultura duma aldeia e região que não tendo nascido lá, ama e divulga o nome da aldeia do pai e avô que é Caçarelhos.

(An Mirandés)

“La RELÌQUIA”
Hoije an die la gaita-de-foles stá an boga. Quaije zaparecida durante cerca de quarenta anhos. Boltou a la ribalta, grácias l'alguas pessonas qu'apaixonados por este strumiento formórun ne l percípio de 1999 la AEDGF (Associaçon pa l Studo i Dibulgaçon de la Gaita-de-Foles). Cunheci esta rapaziada amiga an meados de 1998, atraído pul sonido de las gaitas que tocában eiqui nua scuola acerca de a mie residéncia. Lhiebado por aquel sonido mágico çloquei-me seguindo l sentido de l sonido i eis que sclamei, ye eiqui! Era mesmo! Fui l'ampeço de dar bida a ua relíquia que stubira anhos a filo squecida i abandonada ne l caixote de la ferramienta de l carpinteiro, ne l meio de la palha, stierco, i quien sabe lhenha pa l lhume un die. Felizmente la relíquia falou, cumo que a dezir tira-me daqui! Rialmente fui retirada i seguiu l çtino dua peixon. Fui parar a l'ouficina de restouro! Mui oubrigado Paulo Marino, Bitor Félix i Mário Stanislau pula dedicaçon i carinho cun que tratórun esta mie preciosidade. Pus la relíquia de que bengo falando ye percisamente aqueilha gaita-de-foles que l tio Joaquin Bintura, tantos anhos tantas bezes, tocou la gaita para adbertir la mocidade de Caçarelhos ne ls beilaricos ne ls anhos 40 i 50 als Demingos na Olméda i an dies festibos. Para aqueilhes que d'acerca cul cumbibírun i conhecírun i tamien para aqueilhes que del ouben falar, mas que nun chegórun a coincer deixo esta houmenaige stensiba tamien pa la Associaçon de la Gaita-de-Foles que de sposiçon an sposiçon lhieban l nome de l grande Gaiteiro Joaquin Bintura i l nome de Caçarelhos pul Paíç i para alhá frunteiras.

A MINHA HOMENAGEM À MORDOMIA DE SANTA LUZIA

Para a mordomia dos três casais o meu abraço amigo com esta publicação no novo Blog dedicado a Caçarelhos e suas gentes.

Folar à moda de Caçarelhos
A azáfama em casa das mordomas de Santa Luzia é uma constante nos dias que antecedem a Feira do Pão e do Folar de Caçarelhos, no concelho de Vimioso. Ana Rosa Martins, Maria Torrão e Maria Augusta João juntam-se para confeccionar o pão, as doçarias e o “Rei da Páscoa”, que não pode faltar no certame.

As carnes são partidas no dia anterior. Mesmo assim, é preciso começar cedo, porque o processo de confecção do folar é moroso e todos os passos são indispensáveis em nome da qualidade e da excelência do produto.
As mordomas dividem as tarefas na cozinha improvisada onde Maria Augusta João preserva o tradicional forno a lenha, que ainda acende com alguma regularidade para fazer pão à moda antiga. É na altura da Páscoa que o forno fica mais vezes “rojo” (aquecido à temperatura adequada), para fazer fornadas de pão e folar, que são postas à venda na tradicional feira de Caçarelhos.
Enquanto Maria Augusta parte as seis dúzias de ovos que vão dar consistência à massa do folar, Ana Martins e Maria Torrão untam as formas onde vai ser colocada a massa para ir ao forno. “Este trabalho tem que se fazer antes de se começar a amassar”, realça Maria Augusta.
Depois de reunir todos os ingredientes que se vão juntar à farinha, nomeadamente os ovos, manteiga derretida, óleo, fermento e leite, Maria Augusta mete mãos à obra, para transformar tudo na massa aveludada que torna os folares mais fofos. “O segredo está na massa. Deixo-a leve para que os folares fiquem mais fofinhos”, revela a mordoma.

Carnes caseiras e massa leve contribuem para que o folar de Caçarelhos seja um produto muito procurado na feira local

Esta habitante de Caçarelhos, com 59 anos, realça que usa as técnicas que aprendeu com a mãe, ainda era criança. “Faço tudo à moda antiga. O folar fica com outro sabor”, acrescenta Maria Augusta.
Com a massa pronta, as três mordomas começam a colocar nas formas camadas de massa intercaladas com presunto, salpicão e chouriço. “O nosso folar é especial devido às carnes. É tudo caseiro. E não poupamos nas carnes”, enaltece Maria Torrão.
Os folares ficam a “dormir” (levedar) durante cerca de duas horas, antes de irem ao forno à temperatura adequada, onde demoram cerca de uma hora e meia a cozer.
“Quando os tranqueiros estão brancos, o forno está quente. Depois de uma hora e meia, os folares estão prontos a comer”, salienta Maria Augusta.
Já para confeccionar as duas fornadas de pão centeio, a mordoma foi moer a farinha ao moinho de S. Martinho de Angueira. “Agora vou peneirá-la, para depois amassar o pão”, conta esta habitante de Caçarelhos.
Durante a jornada que antecede a feira, as mordomas vão misturando expressões em mirandês com o português, ao mesmo tempo que se preocupam em manter vivas as tradições herdadas dos seus antepassados.


Por: Teresa Batista

BANDA DE GAITAS "RONCOS DO DIABO"

Neto de Caçarelhos ajuda a criar Banda de Gaitas "RONCOS DO DIABO", com gaitas e repertório musical de origem mirandesa, está a ser muito bem aceite no País e além fronteiras, cativando cada vez mais simpatizantes nos concertos que aqui e além vão fazendo. Não querendo de forma alguma menospresar outros grupos do género que divulgam a cultura mirandesa, este, embora longe da região de Miranda, residentes na área da grande Lisboa/Almada, por onde tem passado tentam dexar a mensagem a todos quantos vêem os seus concertos de que a região das gaitas que eles tocam é-lhes particulamente querida e convidam seus fãs a visitarem essa região ímpar e tão bonita que é o Panalto Mirandés. Este blog, não podia deixar de dar os parabéns a esta banda de gaitas, divulgar as suas músicas e divulgar também as suas gaitas!...Por este facto vamos colocar aqui alguns vídios. Força Victor, Mário, Tiago, André e João p'rá frente é que é o caminho!

Nieto de Caçarelhos ajuda a criar Banda de Gaitas "RONCOS DO DIABO", cun gaitas i repertório musical d'ourige mirandesa, stá a ser mui bien aceite ne l Paíç i para alhá frunteiras, catibando cada beç mais simpatizantes ne ls cuncertos qu'eiqui i para alhá ban fazendo. Nun querendo de forma algua menospresar outros grupos de l género que dibulgan la cultura mirandesa, este, ambora lhoinge de la region de Miranda, residentes na ária de la grande Lhisboua/Almada, por adonde ten passado tentan dexar la mensaige a todos quantos bénen ls sous cuncertos de que la region de las gaitas qu'eilhes tocan ye-les particulamente querida i cumbidan sous fanas la bejitáren essa region ímpar i tan guapa que ye l Praino Mirandés. Este blog, nun podie deixar de dar ls parabienes l'esta banda de gaitas, dibulgar las sues músicas i dibulgar também las sues gaitas!...Por este fato bamos poner eiqui alguns bídios. Fuorça Bitor, Mário, Tiago, André i João p´la frente ye que ye l camino!