Histórias de Caçarelhos/Contrastes das Modernices

Navegando na NET e lendo tudo quanto enconto sobre Caçarelhos, achei interessante esta prosa sobre os tempos da minha meninisse e dado enquadrar-se pefeitamente àqueles que tal como eu nasceram há 50, 60 e 70 anos atrás. Então leiam, o que encontrei pubicado por um senhor que gostaria de saber quem é, e que se dá pelo pseudo nome de "Calisto".



-Recebi há alguns dias um e-Mail que me fez recordar a minha infância, passada em Caçarelhos, apesar de não saber o autor não resisto a partilhá-lo, concerteza trará memórias a muitos naturais de caçarelhos que agora vivem longe!
Nascidos antes de 1986. De acordo com os reguladores e burocratas de hoje,todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos. Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças", ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso. Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos. Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet. Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua. Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo. És um deles? Parabéns!
Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem". Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós. Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios. A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986. Chamam-se jovens.
Nunca ouviram "we are the world" e uptown girl conhecem de westlife e não de Billy Joel.Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname.A SIDA sempre existiu.Os CD's sempre existiram.O Michael Jackson sempre foi branco.Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança.Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado.Não conseguem imaginar a vida sem computadores.Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1. Entendes o que está escrito acima e sorris.2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.3. Os teus amigos estão casados ou a casar.4. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores.5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis.6. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez).7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.8. Vais encaminhar este e-mail para outros amigos porque achas que vão gostar.
SIM! ESTAMOS A FICAR VELHOS, heheheh , mas tivemos uma infância do caraças!
Muito obrigado ao Autor, sorri e lembrei-me de tantas coisas e esta foi a minha forma de partilhar a mensagem.
Escrito por Calisto às 16:20



An Mirandés

Stórias de Caçarelhos/Cuntrastes de las Modernices

-Nabegando na NET i lhendo todo quanto anconto subre Caçarelhos, achei antressante esta prosa subre ls tiempos de a mie menenisse i dado enquadrar-se pefeitamente àqueles que tal cumo you nacírun hai 50, 60 i 70 anhos atrás. Anton lheian, l qu'ancontrei pubicado por un senhor que gustarie de saber quien ye, i que se dá pul pseudo nome de "Calisto".

Recebi hai alguns dies un i-Carta eiletrónica que me fizo recordar a mie anfáncia, passada an Caçarelhos, anque nun saber l'outor nó resisto la partilhá-lo, cuncerteza trará mimórias a muitos naturales de caçarelhos qu'agora biben lhoinge!
Nacidos antes de 1986. D'acuordo culs reguladores i burocratas d'hoije,todos nós que nacemos ne ls anhos 60, 70 i percípios de 80, nun debíamos tener subrebebido até hoije, porque las nuossas caminas de bebé éran pintadas cun quelores guapas, an tinta a la base de chombo que nós muitas bezes lhambíamos i mordíamos. Nun tínhamos frascos de medicamientos cun tapadeiras "a la proba de ninos", ó fechos ne ls armairos i podiemos brincar culas panelas. Quando andábamos de bicicleta, nun usábamos capacetes. Quando éramos pequeinhos biajábamos an carros sin cintos i airbags, biajar á frente era un bónus. Bebíamos auga de la mangueira de l jardin i nun de la garrafa i sabie bien. Comíamos patatas fritas, pan cun manteiga i bebíamos gasosa cun açúcar, mas nunca angordábamos porque stábamos siempre a brincar alhá fura. Partilhábamos garrafas i copos culs amigos i nunca morremos desso. Passábamos horas a fazer carrinhos de rolamientos i depuis andábamos la grande belocidade pul monte ambaixo, para solo depuis mos lhembrarmos que squecemos de montar uns trabones. Depuis d'acabarmos nun silbado daprendíamos. Saíamos de casa de manhana i brincábamos l die to, zde que stubíssemos an casa antes de scurecer. Stábamos ancontatables i naide se amportaba cun esso. Nun tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canhales de telebison, filmes de bídeo, home cinema, telemobles, cumputadores, DBD, Xat na Anterneta. Tínhamos amigos - se ls quejissemos ancontrar ibamos á rue. Jogábamos al elástico i a la barra i la bola até doía! Caíamos de las arbles, cortábamo-mos, i até partíamos uossos mas siempre sin porcessos an tribunal. Habie lhuitas cun punhos mas sin sermos processados. Batíamos ás puortas de bezinos i fugíamos i tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Ibamos la pie para casa de ls amigos. Acraditen ó nun ibamos la pie pa la scuola; Nun sperábamos que la mamana ó l papá ne ls lhiebassen. Criábamos jogos cun palos i bolas. Se anfringíssemos la lhei era ampensable ls nuossos pais ne ls safáren. Eilhes stában de l lhado de la lhei. Esta geraçon porduziu ls melhores ambentores i zamrascados de siempre. Ls radadeiros 50 anhos ténen sido ua spluson d'inobaçon i eideias nuobas. Tínhamos lhibardade, fracasso, sucesso i respunsabelidade i daprendemos a lhidar cun todo. Sós un deilhes? Parabienes!
Passa esta mensaige a outros que tubírun la suorte de crecer cumo berdadeiras ninos, antes de ls adbogados i gobiernos reguláren las nuossas bidas, "para nuosso bien". Para todos ls outros que nun ténen eidade suficiente pensei que gustassen de lher acerca de nós. Esto, mius amigos ye surprendentemente medonho... I talbeç ponga un sorriso ne ls buossos lhábios. La maiorie de ls studantes que stan hoije nas ounibersidades naciu an 1986. Chaman-se moços. Nunca oubiran "we are the world" i utown girl conhecen de westlife i nun de Billy Joel.Nunca oubiran falar de Rick Astley, Banarama ó Belinda Carlisle.Para eilhes siempre houbo ua Almanha i un Bietname.La SIDA siempre eisistiu.Ls CD's siempre eisistiran.L Michael Jackson siempre fui branco.Para eilhes l John Trabolta siempre fui redondo i nun cunseguen eimaginar qu'aquel gordo fusse un die un dius de la beilça.Acraditan que Misson ampossible i Anjos de Charlie son filmes de l'anho passado.Nun cunseguen eimaginar la bida sin cumputadores.Nun acraditan qu'houbo telebison a negro i branco.
Agora bamos ber se stamos a quedar bielhos: 1. Antendes l que stá scrito arriba i sorris.2. Percisas de drumir mais depuis dua noitada.3. Ls tous amigos stan casados ó a casar.4. Surprende-te ber ninos tan á buntade cun cumputadores.5. Abanas la cabeça al ber adolescentes cun telemobles.6. Lhembras-te de la Grabiela (la purmeira beç).7. Ancontras amigos i falas de ls buns bielhos tiempos.8. Bás ancaminhar este correio eiletrónico para outros amigos porque achas que ban gustar.
SIM! ESTAMOS La FICAR BELHOS, heiheheh , mas tubimos ua anfáncia de l caraças!
Mui oubrigado al Outor, sorri i lhembrei-me de tantas cousas i esta fui a mie forma de partilhar la mensaige.Scrito por Calisto a las 16:20

FOTOS DE CAÇARELHOS


Vista aérea frontal à Igreja




Tia Beatriz Machado também quase
centenária. Que Deus lhe continue a
dar saúde. Um beijinho para ela.

Vista aérea do Palenque e Carvalha




Tia Joana, quase centenária.
Um beijinho com muito carinho











Seja na Primavera, Verão, Outono ou Inverno a nossa aldeira é sempre airosa e bela reparem nesta fotos que convosco partilho, lançando o desafio para que coloquem também neste blog as vossa.

PAULITEIROSCultura duma região

Caçarelhos não só está ligado às Gaitas, mas também aos Pauliteiros também motivo de orgulho, pois que nestas andanças de gaitas, gaiteiros e pauliteiros, fui encontrar uma Gaiteira descendente de Caçarellhos, já em terceira geração, descende e Ana Afonso, residia frente à casa da abadia, há já um bom par de ano. Com algum carinho e amizade vos apresento também os Pauliteiros da Ássociaçon de la Lhéngua Mirandesa em que os gaiteiros João Ventura e Inês Gonçalves descendem de Caçarelhos. Quem sabe se um dia Caçarelhos não voltará a ter como outrora um grupo de Pauliteiros. Para Já fica o convite aos filhos dos descendentes de Caçarelhos residentes na área da grande Lisboa, para que se quiserem fazer parte do grupo aqui na zona Pinheirinho/Almada que me contactem atravês do meu Email ou deixem expresso neste blog.

Lembranças do 3.º Convívio das gentes de Caçarelhos


A fotografia que estou a divulgar refere-se creio eu ao 3.º encontro das gentes de Caçarelhos residentes na área da Grande Lisboa. O convívio foi efectuado nas instalações do Grupo Recreativo "Os Canários" na Charneca. É bom recordar 12 anos atrás, e ver aqueles putos que agora já são homens e espero eu serem os timoneiros da continuação destes convívios.

Caçarelhos convive na Quinta da Atalaia

Foi a 22/05/2010, na Quinta da Atalaia, onde os comunistas fazem a festa anual do Avante que decorreu mais um convívio das gentes ligadas a Caçarelhos. Este ano acorreram a este convívio pessoas em número inferior ao ano passado, mas mesmo assim, houve convívio entre os presentes. O almoço, foi-nos servido com todas as mordomias pela comissão organizadora dos dois anos transactos, que, cessa funções, tendo sido eleita nova Comissão para os dois próximos anos. Tendo este Blog sido criado para divulgar Caçarelhos e as suas gentes vou divulgar este vídeo feito precisamente quando o pessoal estava almoçando. Pensando que todos os presentes no convívio integram o referido vídeo e apareçam todas as caras larocas vos peço para carregar na seta e vejam.


An Mirandés:
Fui a 22/05/2010, na Quinta de la Atalaia, adonde ls quemunistas fázen la fiesta anual de l Abante que decorreu mais un cumbíbio de las gientes lhigadas la Caçarelhos. Astanho acorrírun l'este cumbíbio pessonas an númaro anferior al anho passado, mas mesmo assi, houbo cumbíbio antre ls persentes. L'almuorço, fui-mos serbido cun todas las mordomies pula comisson ourganizadora de ls dous anhos trasatos, que, cessa funçones, tenendo sido eileita nuoba Comisson pa ls dous próssimos anhos. Tenendo este Blog sido criado para dibulgar Caçarelhos i las sues gientes bou dibulgar este bídeo feito percisamente quando l pessonal staba almuorçando. Pensando que todos ls persentes ne l cumbíbio antegran l referido bídeo i apareçan todas las caras lharocas bos peço para carregar na seta i beijan.

A VIDA DE UM AGRICULTOR DE CAÇARELHOS






Seja cedo ou tarde, sempre naquela azáfama, lavrar, semear plantar,colher, tratar dos animais, enfim, praticamente 24 horas por dia, sem ter hora certa para refeições, para se deitar ou levantar.
Este blog surgiu, precisamente para dar a conhecer Caçarelhos e suas gentes. É nesse sentido que iremos surpreender aquela gente trabalhadora com estes pequenos gestos de amizade e simpatia.
Hoje daremos destaque a um agricultor e produtor de carne, que de alguma forma contribui para que Caçarelhos seja mais divulgado. Estamos a falar do Sr. Diamantino Neto Alves, que concerteza vai ficar surpreendido com estas fotografias que se juntam.

TESTEMUNHO DA ASSOCIAÇÂO GAITA DE FOLES

"Gaita-de-fole", "Gaita Mirandesa" ou "Gaita Transmontana" - Portugal, Trás-os-Montes



Gaita-de-fole; "Gaita Transmontana" ou "Gaita Mirandesa"
Construção: presumivelmente anterior a 1958. Pertencente a Joaquim Ventura, Caçarelhos, Portugal.
Materiais: ponteiros em freixo e enguelgue, anéis de corno, bordão em madeira de
enguelgue e fole de cabrito.
Tonalidade: aprox. Si / Lá - Digitação: aberta.
Dois tubos sonoros: bordão cilíndrico de palheta simples e ponteiro cónico com palheta dupla.
Esta gaita-de-fole pertenceu ao gaiteiro Joaquim do Nascimento Fernandes Ventura, natural de Caçarelhos/Vimioso, Trás-os-Montes. Trata-se de um exemplar muito interessante, uma vez que tem características comuns com muitos outros instrumentos da região, sobretudo no torneado e ornamentações dos tubos sonoros (muito semelhantes aos instrumentos construídos por Rodrigo Fernandes, outro gaiteiro e artesão transmontano). Possui dois tubos sonoros e um tubo insuflador em madeira de Enguelgue ou Zelha (Acer Monspessulanum) – uma madeira muito usada na construção de gaitas nessa zona, tratando-se de uma espécie de arbusto natural das arribas do Douro, pouco conhecida e com excelentes qualidades musicais.


Detalhes de algumas peças, de cima para baixo: Primeira ou Ombreira (encaixada na buxa), Entremeia, Copa, Ponteira e Assoprete. Note-se a cor escura do Enguelgue envelhecido e os entalhes decorativos, feitos à mão.
Na realidade, esta gaita foi recuperada na oficina da Associação Gaita-de-Foles, pois encontrava-se em relativo mau estado, sendo que o fole e a vestimenta que o cobre já não são os originais, que foram substituídos. Junto com a gaita encontravam-se dois ponteiros: o primeiro, que se presume que tenha sido o original, foi construído em Enguelgue e exibe a mesma decoração que os restantes tubos sonoros, emitindo a tónica de Lá (aproximadamente). E um segundo, feito em madeira de freixo, tratando-se possivelmente de um ponteiro de construção sanabresa ou galega que foi adaptado pelo gaiteiro para afiná-lo de acordo com os padrões locais (o interior do ponteiro e os buracos melódicos mostram sinais de que foram desgastados com uma ferramenta, para aumentar o seu calibre), parecendo estar afinado em Si – a ausência de palhetas originais não permite especular muito mais sobre a real afinação destes ponteiros.


O gaiteiro Joaquim Ventura era também conhecido como “Joaquim de Gibraltar”, em virtude de ter emigrado para essa colónia britânica. Com efeito, foi lá que comprou a sua primeira gaita, por sinal uma Great Highland Bagpipe. Após regressar a Portugal, iniciou-se na aprendizagem da gaita-de-fole transmontana. Não se sabe se esta gaita terá sido construída pelo próprio (uma vez que este possuía um torno onde fazia trabalhos em madeira) ou se a terá adquirido a outro artesão.

Joaquim Ventura faleceu em 1958, quando o seu filho, José Ventura, contava 9 anos de idade. Foi este que encontrou a gaita, quase dez anos depois, a qual permanecera esquecida num resguardo para animais. Esta gaita é ainda hoje tocada pelo neto de Joaquim Ventura, João Ventura, que por vezes é acompanhado por Manuel Vicente (caixa) e Armando Vicente (bombo) - os mesmos percussionistas que outrora acompanharam o seu avô.

Associação Gaita de Foles, 2003 - Direitos Reservados