"A RELÌQUIA"

(Em Português)

“A RELÌQUIA”
Hoje em dia a gaita-de-foles está em voga. Quase desaparecida durante cerca de quarenta anos. Voltou à ribalta, graças a algumas pessoas que apaixonados por este instrumento formaram no princípio de 1999 a AEDGF (Associação para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-Foles). Conheci esta rapaziada amiga em meados de 1998, atraído pelo som das gaitas que tocavam aqui numa escola perto da minha residência. Levado por aquele som mágico desloquei-me seguindo o sentido do som e eis que exclamei, é aqui! Era mesmo! Foi o começo de dar vida a uma relíquia que estivera anos a fio esquecida e abandonada no caixote da ferramenta do carpinteiro, no meio da palha, estrume, e quem sabe lenha para o lume um dia. Felizmente a relíquia falou, como que a dizer tira-me daqui! Realmente foi retirada e seguiu o destino de uma paixão. Foi parar à oficina de restauro! Muito obrigado Paulo Marinho, Victor Félix e Mário Stanislau pela dedicação e carinho com que trataram esta minha preciosidade. Pois a relíquia de que venho falando é precisamente aquela gaita-de-foles que o tio Joaquim Ventura, tantos anos tantas vezes, tocou a gaita para divertir a mocidade de Caçarelhos nos bailaricos nos anos 40 e 50 aos Domingos na Olmêda e em dias festivos. Para aqueles que de perto com ele conviveram e conheceram e também para aqueles que dele ouvem falar, mas que não chegaram a conhecer deixo esta homenagem extensiva também para a Associação da Gaita-de-Foles que de exposição em exposição levam o nome do grande Gaiteiro Joaquim Ventura e o nome de Caçarelhos pelo País e além fronteiras.
Talvez tenha sido esta relíquia que abriu o caminho ao seguidor, não filho de peixe, mas sim “neto de peixe sabe nadar” pois que de tenra idade, quis abraçar as pegadas do gaiteiro avô Joaquim, e que com o crer, persistência e dedicação tem feito e incutido neste jovem, gosto pela gaita, pelas músicas, pela cultura duma aldeia e região que não tendo nascido lá, ama e divulga o nome da aldeia do pai e avô que é Caçarelhos.

(An Mirandés)

“La RELÌQUIA”
Hoije an die la gaita-de-foles stá an boga. Quaije zaparecida durante cerca de quarenta anhos. Boltou a la ribalta, grácias l'alguas pessonas qu'apaixonados por este strumiento formórun ne l percípio de 1999 la AEDGF (Associaçon pa l Studo i Dibulgaçon de la Gaita-de-Foles). Cunheci esta rapaziada amiga an meados de 1998, atraído pul sonido de las gaitas que tocában eiqui nua scuola acerca de a mie residéncia. Lhiebado por aquel sonido mágico çloquei-me seguindo l sentido de l sonido i eis que sclamei, ye eiqui! Era mesmo! Fui l'ampeço de dar bida a ua relíquia que stubira anhos a filo squecida i abandonada ne l caixote de la ferramienta de l carpinteiro, ne l meio de la palha, stierco, i quien sabe lhenha pa l lhume un die. Felizmente la relíquia falou, cumo que a dezir tira-me daqui! Rialmente fui retirada i seguiu l çtino dua peixon. Fui parar a l'ouficina de restouro! Mui oubrigado Paulo Marino, Bitor Félix i Mário Stanislau pula dedicaçon i carinho cun que tratórun esta mie preciosidade. Pus la relíquia de que bengo falando ye percisamente aqueilha gaita-de-foles que l tio Joaquin Bintura, tantos anhos tantas bezes, tocou la gaita para adbertir la mocidade de Caçarelhos ne ls beilaricos ne ls anhos 40 i 50 als Demingos na Olméda i an dies festibos. Para aqueilhes que d'acerca cul cumbibírun i conhecírun i tamien para aqueilhes que del ouben falar, mas que nun chegórun a coincer deixo esta houmenaige stensiba tamien pa la Associaçon de la Gaita-de-Foles que de sposiçon an sposiçon lhieban l nome de l grande Gaiteiro Joaquin Bintura i l nome de Caçarelhos pul Paíç i para alhá frunteiras.

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